Eu tenho um pequeno segredo. Talvez com uma irrelevante diferença do que seja pequeno para mim e para você. Nunca fiz questão de compartilhar-lo. Quando se compartilha um segredo, ele o deixa de ser? Enfim, não sei, e também não faço questão da explicação. Apenas sei que hoje o esconderijo onde estava o meu suave segredo não aguentou a pressão e explodiu, abrindo assim as portas para o mundo. As portas da minha boca, que foi por onde a voz escapou e fez as palavras saltarem. Ou seriam meus dedos os culpados dessa confusão? Estou cheia de dúvidas, não? Mas, eu fui lá e contei. Sem querer, ou não. A verdade é que eu gritei, pois não aguentava mais. Aposto que a curiosidade já lhes deve estar matando. Aquela história de que a curiosidade matou o gato é mentira. Matou também o cachorro, o rato, passarinho, o homem, a mulher... Eu sou uma mulher. Uma menina mulher, que virá a ser uma mulher menina, se todos esses sonhos que eu tenho me permitir, e cheia de segredos. Era sobre o meu pequeno segredo que eu ia falar, não, é? Pois, meu bem, esse segredo já não lhe convém. Zip.
"Diga-me tudo o que você jogou fora. Ache jogos que você não queira jogar. Você é o único que precisa saber. (...) Eu lhe contarei meu pequeno segredo sujo. Não conte a ninguém ou você será só outro arrependido. Espero que você possa guardá-lo."