Meu décimo quarto dia de quarentena. Acordo, agradeço e me espreguiço. Caminho pra sala e abro a janela, pois como diz Clarice Falcão "uma janela é tão infeliz fechada".
Falando em Clarice, hoje parei pra ouvir. Gosto. Me acalma, e me faz sentir acompanhada, sabendo que não sou a única doida por aqui. A vontade de acender um incenso bateu. Acendi. É um dos incensos dos chakras. Esse é vermelho, percebi que nem tinha aberto ainda. Tô fazendo home office. Mas antes disso o café. Hoje foi café com leite e waffle. Coloquei banana também. Continuo com fome, mas melhor parar. Não que eu esteja me preocupando em engordar estando em casa, é a última coisa com a qual penso. O psicologo mandou eu voltar a escrever. Acho que não levo mais jeito pra isso. De qualquer forma vou tentar. Sabe o que mais gosto na escrita? Colocar ponto em tudo. Tipo assim. Deu pra entender? Dá uma sensação de calma, de estar falando devagar. Coisa que eu não faço, pois mal respiro. O psicologo sempre me lembra de respirar. "Calma, Bruna, antes de continuar, que tal parar e respirar fundo um pouco? Não precisa ter pressa." Eu tenho muita pressa. E o pior é que não sei o porquê.