17 maio 2010

Abandono essas lembranças ruins.

Acordei ofegante. Olhei a minha volta, meio atordoada. Meu quarto? Demorei um tempo para perceber aonde é que eu estava. É, eu estava de volta ao meu porto seguro. Então, aquilo tudo havia sido um pesadelo? Que alívio! Fechei os olhos, coloquei uma mão no peito e fiquei inspirando e expirando devagar, tentando fazer com que a minha respiração voltasse ao normal. A única coisa em que eu conseguia pensar, naquele momento, era que quando eu chegasse ao colégio, eu ainda ganharia o seu abraço apertado de sempre. Sorri e respirei aliviada. Só que, em segundos, percebi uma coisa: eu não estava preocupada com o fato de ter sido enganada por você - alguém que eu tanto considero -, mas, sim, preocupada de nunca mais ganhar o seu abraço protetor, - tão meu -, que eu faço questão de receber todos os dias. Só me faltava essa: você se tornou essencial pra mim. Ah, mas não ia ficar assim não, você ia ver só uma coisa! Ia levar uns belos socos, e dessa vez seriam para machucar. Ajeitei meu travesseiro e me deitei. Vou deixar você marcado, todo roxo e de olho inchado... Vamos ver se assim você aprende a não ficar atrapalhando o sono dos outros. Porém, durante o planejamento do ataque, eu acabei adormecendo, mas dessa vez, eu sonhei.

13 maio 2010

E nesse tempo todo eu (não) pude ver.

Era noite, mas por algum motivo o terceiro ano inteiro estava reunido no pátio do colégio. Alguns alunos comiam e outros jogavam. Umas línguas afiadas fofocavam e poucos bons ouvidos simplesmente ignoravam. Eu estava, no meio daquela confusão, mais ausente do que presente; quando alguém parou na minha frente, e me fez voltar à realidade. De imediato não reconheci quem era ali parado, mas depois de uns segundo lembrei já te-lô visto em uma foto. Era um amigo seu. Eu o olhei e dei um pequeno sorriso, esperando para ver o que ele queria. Então, para a minha surpresa, o indivíduo que eu mal conhecia, começou a falar milhões de besteiras sobre mim. E para piorar, quando eu achei que havia acabado, o garoto disse "Foi ele quem me contou!", e em seguida saiu com um sorriso vitorioso estampado no rosto. Congelei. Como assim você havia dito todas aquelas coisas sobre mim? Era mentira, óbvio. Tinha que ser! Foi então que eu te vi descendo as escadas, e resolvi ir falar com você. Fiquei parada esperando você chegar ao fim da escada, e quando você estava próximo, eu não resisti e te abracei, pois era uma questão de tempo para ouvir da sua boca que aquilo tudo era mentira. Porém, para minha surpresa você não correspondeu ao meu abraço, e ainda por cima me afastou. O fitei pasma e vi em seus olhos um olhar que me fez sentir o mais desprezível dos seres. Eu abri a boca pra falar, mas antes que eu conseguisse expressar qualquer coisa, você começou a jorrar palavras para cima de mim. Eram palavras podres, nojentas, malvadas, mentirosas, desagradáveis, que chegavam aos meus ouvidos como lâminas bem afiadas. Em questão de segundos o volume da sua voz havia subido, e você não estava somente falando alto, mas, sim, gritando, e o colégio inteiro estava olhando. Quanto mais você gritava, mas eu me encolhia. O que diabos estava acontecendo?! O que eu tinha feito de mal pra você?! Sempre lhe quis bem. Porque você estava me tratando daquele jeito?! Eu estava tão perdida, quanto às pessoas que assistiam aquilo tudo de fora. Já estava ficando difícil de respirar, e as besteiras que você falava ficavam cada vez mais sem nexo e grosseiras. "Eu nunca gostei de você. Você é uma trouxa de não ter percebido que eu era falso. Sua amizade pra mim nunca foi nada. Você não é nada pra mim." Você falou. E foi a última coisa que eu ouvi, antes de tudo ficar escuro e eu perder a consciência.

07 maio 2010

Irony bites.

Não é irônico que nos ignoramos aqueles que nos adoram, mas adoramos os que nos ignoram? Magoamos aqueles que nos amam, e amamos os que nos ferem?

Talvez não seja complexo em um nível intelectual, mas difícil, por um lado emocional.

30 abril 2010

- Alô?

Quem? Ahhh, manhêêêê! Como você tá? E o papai? E todo mundo? Aqui em Londres tá ma-ra-vi-lho-so. hahah Desculpa se eu não liguei antes, mas é que ainda não parei em casa direito. O Rupert quer que eu conheça todos os cantos de Londres de uma vez só, aí fica difícil. hahah Cara, você deu muita sorte, porque a gente já tinha saído de casa, mas aí eu vi que tinha esquecido minhas luvas e voltei pra... O que? Ai, mãe! É claro que eu estou me agasalhando, né. Se não já tinha virado um picolé. Heheh O problema é que, às vezes, eu esqueço, porque ainda não me acostumei a sair com milhões de roupas. Hm.. O que eu tenho feito? Bem, eu tenho acompanhado o Rupert em alguns eventos... AH, CONHECI OS GAROTOS DO MCFLY EM UM DESSES EVENTOS, ACREDITA? Ahn? Que? Nããão, mãe, eu não disse que eu fui ao McDonald’s, eu disse que conheci os McGuys, darrr! Hahah Tá, tá, mas deixa eu falaaaar, grrr. Eu e o Rupert vamos pra casa do Tom direto, né, porque sempre tem festinha lá, mas quando eu digo festiiinha, não tem nada de ‘inha’ hihihi Ou, então, a gente marca com o pessoal que fez Harry Potter e vamos pra um Pub qualquer beber um pouquinho e conversar... Não, não toca pagode nos pubs que eu vou! hahaha Viu as fotos que eu te mandei? Poucas? Hahahah Caramba, tá, tá, vou tentar tirar mais, não precisa gritar. Falando em gritar, você tinha que ver o escândalo que eu fiz quando conheci a JK... Ahn? Juscelino Kubitschek? Sério, vou ignorar isso que você acabou de falar. HAHAHAHA Continuando, conheci a Jk Rowling, autora dos livros do Harry Potter, e quase tive um treco. Haha Mas ela é muito fofa, ficou rindo do meu ataque, e depois me deu um abraço apertado... E... Peraí, mãe... (sussurros). Olha, o Rupert tá mandando um beijo e, puxando seu saco, dizendo que você é a sogra mais linda do mundo, e um abraço pro papai. Tá, mãe, eu sei que ele é lindo... Tá, mãe, vou falar... Mãe, tá... Mãe... Ei, menos, mãe, ele é MEU namorado! HAHAHAHA Ok, desculpada. Mamãe, agora eu vou ter que ir, porque eu e o Rupert estamos indo lá no Soho fazer umas comprinhas. Também te amo muito, e pode deixar que eu não vou esquecer de ligar. Manda beijo pro papai, e diz que eu o amo muito, e que estou morrendo de saudades de todos vocês. O que? Quando eu volto? Sei não, eeeein. HAHAHAH Beeeijos.


25 abril 2010

I'm in Miami, bitch.

Vai todo mundo mais tarde, então vamos depois também. Corre, corre, já estamos atrasados. Não é desse lado o ponto do táxi? Não, meu pai quer o número do salão primeiro. Liga pro meu pai. Liga pra Felipe. Estamos no táxi, vai logo. Opa, Rudá! Amigo, vai vir? Tô na fila já. Poxa, foi mal.. Cadê as meninas que ainda não chegaram? Vamos entrar logo. Não acredito que você vai dar 12 reais num maço de cigarro, seu viciado de merda! Igor, você por aqui. Merda, acho que torci meu pé. Pami! Ok, abriu a entrada. Que som é esse? Funk. LOL. Vamos dançar. Cadê o dinheiro, tá com ele na mão? Paga logo aí. As meninas? Ahh, elas encontram a gente lá dentro. Tunt tunt tunt. Quanto mato, tá me pinicando. Ninguém mandou vir de sandália. Mas é na perna, e não enche meu saco! Que chão horrível, assim eu não consigo dançar. Olha aquele viado ali, que engraçado, tá com máscara. Deve estar se sentindo a Lady Gaga. Risos. Tunt tunt tunt. Viiiic, aleluia, e as outras? Tão ali atrás. Gostosas! Quanto amor. Vamos, Dedéia, vamos dançar; agora que você chegou fiquei afim de zuar. Já é, vamos dar uma volta, catar macho. Dá beijinho, Lili. Já voltamos, garotos. Selinho pra cá, pra lá, pra cá. Opa, na boca. Vem ca, mas o pirulito é meu, não te dou. Ué, compra um pra você, 50 centavos ali. Me erra, não vou te dar. Tunt tunt tunt. Já pegou um branco hoje? Já, por que? Agora tá na hora de pegar um neguinho, temos cota! Quase há uma morte de tanta risada. Corre. Tunt tunt tun. Bru, vamos trocar, pega ele, que eu pego o amigo dele. Não! Tá, pode ser, vem cá. Beijo, beijo, beijo. O que, tá na hora de ir embora? Então vamos. Tchau gatinha, meus amiguinhos tão me esperando lá na porta. Até segunda, Vi. Fica bem, Mari. Arrassa, Dedéia. Beijos, me liga. Lili, Fael, Bi, vamos, tô aqui já. Vamos levar o Lili no ponto, da a mão, nenis. Quatro é par, ou não. Risos. Cadê o ônibus? Quero o garoto ali do bar. Tá olhando pra mim, tirou até a camisa. Tô com vergonha, vamos pro outro lado. Risos. Ih, olha as meninas vindo ali, e o ônibus nada. Vamos dividir táxi então. Nós aqui, vocês ali. É, obrigada pela noite. Amo vocês.

20 abril 2010

Palavras em vão, se vão.

Tenho tantos textos sobre o amor que eu ainda não postei, mas estou afim de mudar de assunto, só que não tenho outro, pelo menos não agora. A verdade é que a minha vida ultimamente insisti em ficar no ar, e não ir para o papel; então, como não estou a fim de brigar, a deixarei ficar aonde quiser. Mas quando ela parar de pirraça e resolver voltar em letrinhas, juro que postarei aqui, rapidamente. Peço que não me abandonem, pois não gosto da solidão - mas quando a necessito, simplesmente fujo, e me dou um tempo. Me esperem, não tardarei a voltar. Quem sabe com o feriadão - que não é tão 'ão' assim, pois terei aula de manhã e prova de tarde, na quinta feira - eu volte a exalar criatividade e sonhar tanto em palavras, como antes, como sempre.

09 abril 2010

Passarinho, que som é esse?!

Um dia, enquanto chorava, uma menina recebeu uma visita; mas uma visita diferente... No pé de sua janela havia um passarinho, muito pequenino e frágil, parecia que estava doente; então, rapidamente, a menina pegou uma gaiola, que tinha em sua casa, e colocou o passarinho dentro dela. “Vou cuidar de você”, pensou a menina. Os dias foram passando, e todas as vezes que a menina ficava triste, ela contava as suas tristezas para o passarinho, e como se sentisse, ele cantava e a encantava cada vez mais. Até que um dia, ao chegar do colégio, a menina se deparou com uma cena horrível: o passarinho havia morrido! Mas ela não chorou, apenas começou a cantarolar baixinho. Então, preocupada, sua mãe perguntou “Você não está triste, minha filha? Você gostava tanto desse passarinho...”, e para a surpresa da mãe, a filha respondeu que ele a havia ensinado uma coisa “Quando estiver triste cante, apenas cante, e tudo vai embora".

(Escrito por Andressa V. / Adaptado por Bruna Brasil)

05 abril 2010

Meu passado recente.

Bruna Brasil, chamada carinhosamente de Bululu. Tem 10 anos, atualmente cursa a 4ª série do fundamental. Passa a maior parte do recreio na biblioteca. É uma das mais inteligentes da turma, só tira notas boas, mas não estuda muito – apenas presta atenção nas aulas. Em casa fica em frente a televisão vendo desenho animado 24 horas por dia; almoça, lancha e janta na frente da mesma. Como só vê televisão o dia inteiro, seus deveres de casa acabam sempre sendo feitos 15 minutos antes de ir para a escola. Falando em escola, Bruna não se veste, já acorda vestida, pois sua mãe é uma fofa, e tem pena de a acordar tão cedo. Mora com sua mãe no Rio de Janeiro, e aos finais de semana vai para Niterói ficar com seu pai. Fez seis meses de Jazz, achando que estava fazendo balé, mas quando descobriu não se importou, pois gosta de qualquer tipo de dança e pretende ser uma dançarina mundialmente famosa. Pretende, também, ser uma grande jogadora de vôlei, por isso faz aulinhas de vôlei no Greip. Uma vez criou uma biblioteca para emprestar livrinhos aos seus amigos, querendo os incentivar a ler, porém, como muitos não devolveram os livros, ela entrou em crise – o que leva a crer que no futuro será muito ciumenta com os seus bebês! Bem, agora a pequena Bruninha – como quase ninguém a chama, pois, de pequena ela não tem nada – vai dormir, já que amanhã tem aula, e o transporte vai passar para buscá-la – e ela sempre vai na frente, porque é a mais fofuxinha dos amigos. Mas quem disse que ela se importa? Adora privilégios.

03 abril 2010

Querido, obrigada.

E no meio da Lapa, eu desabei. Desabei e chorei tudo o que eu precisava, que já estava acumulado há 5 anos. Lágrimas de dor, de felicidade, de perda, de ilusão, de amor, de raiva, de alcool, de esperança, de amizade. Doeu, doeu muito, e eu sei que ainda vai doer mais um pouco. Mas, agora, após 5 anos, eu não posso mais dizer que a nossa história não teve um fim, porque ontem você colocou o ponto final. Ponto final que eu precisava ter, para seguir a minha vida, mas que mesmo eu sabendo que ele já tinha sido posto na nossa história, naquele ano de 2006, ainda foi um choque muito grande pra mim. Ouvir tudo o que eu ouvi, da sua boca; todas as verdades, que eu nunca quis ver, e que sempre arranjava uma outra maneira de interpretar, e me iludir. E então, você tentando me abraçar, e eu chorando, te xingando, te empurrando e batendo. Desculpa, mas você me conhece... O beijo de despedida que eu pedi, e você não me deu, com o tempo eu vou perceber que era o certo a ser feito, e vou lhe agradecer, por me proteger (de uma dor maior, talvez). E saber que eu sou muito importante pra você, mesmo não sendo da maneira que eu gostaria, como você mesmo disse, me faz muito bem, mesmo! Tenho muito orgulho de ter sido a sua primeira namorada. E você, meu primeiro beijo, meu primeiro namorado, meu primeiro amor, me liberto de ti!

"B: Hoje eu te liberto de mim!
J: Não, hoje é você que está se libertando de mim, e eu fico muito feliz por isso. Quero te ver feliz pois, eu te amo muito, mesmo que não seja da maneira que você gostaria, eu te amo."

31 março 2010

E agora, José?

Sempre ouvi que devemos correr atrás do que a gente quer e nunca desistir, mesmo que hajam milhões de pedras, ou até muros, no nosso caminho. E sempre ouvi, também, que, mesmo que estejamos apaixonados, nunca devemos sofrer por alguém que não nos dá bola. Mas, então, me peguei pensando: meio contraditório esses 'conselhos', não? Porque afinal, se eu me apaixono por alguém, mas esse alguém (ainda) não gosta de mim, o que eu tenho que fazer é tentar conquistá-lo, certo? Porém, contudo, todavia, entretanto, se essa conquista demorar para surtir efeito, e eu acabar sofrendo um pouco no decorrer dessa história, devo então partir pra outra? Só que, como vou partir pra outra, se a pessoa é o que eu quero naquele momento, e sempre me disseram pra nunca desistir do que eu quero?!

É.. Acho melhor eu voltar a ver televisão, e ficar pensando como a vida podia ser que nem novela..